Teatro da Vida Real


Sem ter muito o que contar, hoje escrevo sobre uma das minhas paixões. Do quê falar se não do Teatro? Sim, aquela antiga arte de representar. Não representar de uma forma mentirosa, mas representar a vida real, aquilo que se vive de fato. É disso que eu gosto. Refletir e relaxar. Sem muitas técnicas, apenas cumprindo o ofício pelo qual se dá a vida. A sensação de subir no palco nunca é igual, mesmo que você encene o mesmo espetáculo, cada apresentação tem um toque diferente: outro público, novos improvisos, novos erros! Sim, o teatro não se distancia tanto assim do mundo real, sempre existem pedras no caminho, sempre existem erros a serem corrigidos. O quê você leva pro palco é nada menos do que a essência do que você é. Esse é o meu prazer de atuar. Hoje, pela penúltima vez, subi em um palco com pessoas com quem convivo há exatos cinco anos, desde os meus treze, quando eu provei do palco pela primeira vez. Não quero parar, não posso parar. Quando se é novo no teatro, existe uma certa resistência, uma apreensão desnecessária, mas para isso temos um artefato infalível: a maquiagem! Você reboca o rosto com ela, se esconde ao máximo para não passar vergonha. Hoje, com tantas coisas acontecendo, tantas coisas deixadas para trás em detrimento de novas escolhas, é que lavo toda a maquiagem do meu rosto, me dispo dos meus medos e me preparo para viver o teatro da vida real, onde técnica alguma me trará resultado se eu não me esforçar para tal. Fico feliz por ter vivido esse dia de forma atropelada, correndo para se maquiar, subindo no palco, e por fim descer aplaudido. Espero poder viver sempre assim. Mesmo com todos os erros do caminho, quero ser sempre aplaudido no final, não pelo fato de ambicionar ser o melhor, mas pelo fato que querer ser reconhecido pelo que fiz.