Como é impressionante a influência que recebemos diariamente das pessoas que gostamos, longe ou perto, a capacidade de persuasão que elas exercem sobre nós é incomensurável. Toda essa imposição, essa capacidade de implantar em nós, algo que é exclusivamente seu, nos leva a um sentimento singular, que apenas nós, brasileiros, conseguimos definir com uma palavra: Saudade; Esse sentimento melancólico, que nos faz recordar os momentos, as conversas, as pessoas, os lugares, enfim, tudo o que já vivemos e que nos marcou de alguma forma positiva.
Embora pareça triste, e como o ser humano não é algo assim tão simples de explicar, a verdade é que a saudade às vezes é quem faz com que as coisas se tornem mais atrativas, faz com que os abraços se tornem mais apertados, e os beijos incrivelmente mais quentes.
O mundo vive em constante movimento, e essa continuidade de experiências, preenche cada vez mais a nossa bagagem, levando-nos a recordar de mais e mais coisas. As pessoas, os momentos, os lugares; tudo fica gravado no nosso mais profundo interior, como uma tatuagem permanente e que não cicatriza. Como seria bom se fôssemos capazes de simplesmente apagar muitas coisas permanentemente de nós mesmos. Mas é impossível, tal qual não respirar. As nossas chuvas torrenciais de lembranças são sempre presentes, as tatuagens são sempre abertas, e uma hora elas simplesmente ardem, e nós mergulhamos na nostalgia de reviver algum momento, que mesmo bom, nos traz tristeza. Tudo fica mais difícil quando sentimos falta de alguma coisa que não fizemos, de algo que nos privamos de tentar, e que talvez pudesse nos trazer lembranças felizes. É difícil assumir, mas às vezes eu tenho medo de tentar. Mesmo que eu quebre a cara, seria bom, só por um momento, sentir uma tatuagem arder, e me aquecer nessa dor.
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